O sinal da cruz
Duas semanas depois de meio milhão de pessoas ter desfilado à chuva por Lisboa na consagração da cidade à Virgem, torna-se público que o Governo oficiou escolas do Estado para que retirem os crucifixos das paredes...
É uma medida míope que atinge especialmente o Norte. O Estado é laico, republicano, e mantém laivos socialistas. Porém, na mesma Constituição que serve de pretexto para estas decisões carbonárias pode ler-se que cabe ao Estado “proteger e valorizar o património cultural do povo português”. É de cultura que se trata quando a nossa matriz cristã ainda é lembrada nas paredes de escolas do 1.º Ciclo, no Centro e Norte do País. Agora, uma pobre cruz na parede pode ser reclamada – falta saber quais os requisitos para a legitimidade da queixa – como violadora do princípio da laicidade do Estado e da liberdade de culto. É ridículo! Mas, principalmente, é perigoso.
É uma medida míope que atinge especialmente o Norte. O Estado é laico, republicano, e mantém laivos socialistas. Porém, na mesma Constituição que serve de pretexto para estas decisões carbonárias pode ler-se que cabe ao Estado “proteger e valorizar o património cultural do povo português”. É de cultura que se trata quando a nossa matriz cristã ainda é lembrada nas paredes de escolas do 1.º Ciclo, no Centro e Norte do País. Agora, uma pobre cruz na parede pode ser reclamada – falta saber quais os requisitos para a legitimidade da queixa – como violadora do princípio da laicidade do Estado e da liberdade de culto. É ridículo! Mas, principalmente, é perigoso.
Para quê afrontar os sentimentos profundos de larguíssima maioria?
Para quê dar azo a uma guerra artificial quando, na acção governativa, tantas outras, e tão justas, estão em curso?
Cada vez mais, o papel do Estado deve ser o de não poluir com regras imperativas as áreas onde, de forma harmoniosa, as comunidades se auto-regulam.
Octávio Ribeiro, Director-Adjunto, in Correio de Manhã, 27 de Novembro de 2005
Octávio Ribeiro, Director-Adjunto, in Correio de Manhã, 27 de Novembro de 2005
Associação de Famílias fala em "afronta"
“Uma sociedade democrática tem de respeitar os valores emergentes e tradicionais”, alerta o presidente da Associação Famílias, Carlos Aguiar, comentando a ordem para a retirada de crucifixos das escolas. “A retirada de símbolos cristãos por imposição política é uma afronta aos valores dos cidadãos. Isto só se compreenderia se fosse por determinação dos cidadãos, mas nunca por uma autêntica imposição prepotente do Ministério da Educação”.
Considerando que “nunca a necessidade de anulação dos símbolos religiosos foi sufragada pelo povo português ou fez parte de qualquer projecto ou programa político”, classifica a iniciativa de “patifaria” e “rasteira”.“
No escudo da bandeira nacional estão as cinco chagas de Cristo.
- A laicidade da República vai obrigar também a rever a bandeira?
- E os símbolos religiosos e as estátuas de santos em jardins, estradas e outros espaços públicos, também são uma afronta?”
Mário Fernandes (Braga), com E.N. e J.S., in Correio de Manhã, 27 de Novembro de 2005
CAMPANHA: não tirem o crucifixo das escolas. PARTICIPE: http://www.pensabem.net/
Em primeiro lugar queria agradecer a todos os que tem participado no blog. Eu não pretendo tanto discutir, opinar, mas gosto mais de lançar para a discussão alguns temas da actualidade. O que não quer dizer que esteja sempre completamente de acordo. Como em tudo ninguém tem a razão toda.
ResponderEliminarSe não tenho comentado é porque primeiro quero ouvir os vossos comentários.
Já agora, eu não partilho do tom exaltado ou fundamentalista do José Mariano e do Vitor Manuel, mas também não acho que esta campanha de retirar os cruxificos das escolas tenha a urgência que o Ministério da Educação lhe quer dar. Sejam coerentes. Se retiram uma coisa, retirem tudo. Não esqueçamos que a Europa tem uma matriz cristã de 2000 mil anos. O importante não é o ter ou não ter cruxificos nas escolas. Mas as razões profundas que estão por detrás desta atitude: tentar esquecer a todo a MATRIZ CRISTÃ DA EUROPA.
E quem não tem a conta a história não está no caminho do progresso.
Para podermos construir o futuro, não devemos apagar o passado e viver só o presente.
Que mal vem ao mundo ter cruxificos nas escolas? Alguém fica ofendido por saudar a Bandeira Portuguesa que tem as cinco chagas de Cristo?
Um abraço a todos o 5000 visitantes.
Caros Padres Inquietos
ResponderEliminarNuma escola pública portuguesa onde a maioria das crianças fosse muçulmana/hindu seria aceitável a existência de símbolos religiosos islâmicos/hindus?
Ca, porque não? E porque não ambas? A mim o que mais me doi é que toda a gente proclama a tolerânica e o respeito pela liberdade religiosa (com o que concordo), mas obrigam alguns a aceitar as normas de todos(ou dos poderosos). Que tolerância é esta?
ResponderEliminarComo cristão, não posso deixar de reivindicar a minha fé... e não posso deixar que Deus vá sendo apagado de tudo...
Os crucifixos das escolas até são um mal menor. Mas que anda por aí uma máfia escondida...anda!
Alguém lembra a história da disciplina de EMRC e da outra que nunca existiu?!
Confessionário
ResponderEliminarEm primeiro lugar, que sejas bem aparecido.
"e não posso deixar que Deus vá sendo apagado de tudo..."
Dizes muito bem! Mas onde Deus tem que aparecer é nos cristãos. A vida dos cristão é que deveria ser o grande sinal.
O problema é que colocamos uns quantos crucifixos em locais estratégicos, continuamos a viver como pagãos, propomo-nos defender teimosamente os ditos crucifixos e andamos alegres como se cumpríssemos a vontade do Pai.
Que nova evangelização é esta quando nos reduzimos a defender velhas posições de uns símbolos? Não foi Charles de Foucauld que quis viver junto dos tuaregues, sem se impor de nenhum modo?
estamos a perder identidade...e continuamos de braços cruzados.
ResponderEliminarVivemos numa dita sociedade laica, carregada de um anti-clericalismo, onde o importante é derrubar quem faz sombra.Nós povo portuguesito sempre fomos e sempre seremos um povito sem grande importância...somos boas pessoas,amáveis,delicadas...mas seremos sempre os portuguesitos...graças a Deus.O Português vai a Espanha e fala espanhol; o Português vai a França e fala françês; o Português vai a Inglaterra e fala inglês; o Espanhol vem a Portugal e fala espanhol com o português; o Françês vem a Portugal e fala françês com o português, o mesmo se passa com o Inglês; se não vejam outro exemplo...no mundo do futebol já via jogadores portugueses a serem intervistados em Espanha e a falarem espanhol, já vi e oivi o Sr. Mourinho a falar inglês nas intervistas...e por cá???Já alguém ouviu o Sr Koomem( nem sei se é assim que se escreve) a falar português???Não. Fala espanhol...E o senhor treinador do Porto já o ouviram a falar português???Não...perderemos a nossa identidade???E os senhores deputados, alguns mais deportados que outros, o que fazem por Portugal, se os tipos investem no estrangeiro???...E agora falemos de outra identidade...
O dito estado laico anda a esquecer-se das raizes... e nós ditod cristãos ficamos parados a bater-lhes palmas...claro que isto não é de agora... e os senhores bispos de Portugal estão a mostrar o quê???Não me digam que hà "borregos" debaixo da mesa ( que Deus me perdoe),mas estão a mostrar pouca inteligência...vejamos...aqui a alguns anos atrás o estado decidiu que a disciplina de EMRC, então obrigatória, deveria ser facultativa, devido à LIBERDADE RELIGIOSA, e os alunos deveriam optar entre terem EMRC ou terem DPS(desenvolvimento Pessoal e Social) para a qual disciplina o estado nunca arranjou professores ( se calhar não os havia); bem na verdade os alunos escolhiam entre ter EMRC ou ter furo, mesmo assim ainda hoje hà alguns herois...Senhores Bispos não deveriam vossas Excelências ter batido o pé para o estado ter cumprido o prometido e o brigarem, o estado a arranjar professores para leccionar DPS??? Nada vi fazer...Hoje em defesa da mesma liberdade religiosa o estado continua a atacar...foi a nova concordata ( já ouvi um sr. bispo a dizer que foi uma coisa que devia já ter sido feita...pois sr.bispo deixe os flaches fotográficos e desça do pedestal se quer trabalhar a sério) agora o estado começa a querer tirar os crucifixos ( para mim tanto me faz digas coisas boas ou coisas más) não é que eu veja aí um grande problema, é uma gota de água no oceano, mas é um começo...mas defendendo a tolerância vamos dizer que sim...arre será que ninguém vê que estamos a perder a identidade religiosa e portuguesa....
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ResponderEliminarPuxa vida, que bom encontrar este espaço.
ResponderEliminarSou brasileira e fui criada na Igreja Católica. Entretanto, minha família é totalmente dividida por questões religiosas.
Parte é católica, parte evangélica e nunca entendi o porquê das afrontas, da falta de amor e generosidade com o ponto de vista do outro.
Falavam de Deus e viviam como se não O conhecessem.
Concordo com CA, quando diz que devemos nós ser o grande sinal de Deus no mundo.
Concordo que não precisamos perder nossas identidades, como os simbolos religiosos, só para agradar os interesses dos outros.
Estamos a viver num mundo onde não se respeita os valores das pessoas.
Isso é perigoso pois não sabemos até onde o desreito pode nos levar.
Peço desculpas antecipadamente pela ortografia, talvez escrevi coisas que possam ter sentido diferente ou que não correspondam ao que sinto.
Brilhante blogue.
Vou adicionar no meu blogue, para que outros possam ter acesso a tão importantes informações.
Grande abraço
Liliane