Powered By Blogger

quinta-feira, dezembro 30, 2010

Liberdade religiosa 2010: os mártires vivos no Iraque

Liberdade religiosa 2010: Os dez paises mais intolerantes


10º - UZBEQUISTÃO (Religião - Islamismo)

9º - LAOS (Religião - Budismo)

8º - MAURITÂNIA (Religião - Islamismo)

7º - IEMEN (Religião - Islamismo)

6º - AFEGANISTÃO (Religião - Islamismo)

5º - MALDIVAS (Religião - Islamismo)

4º SOMÁLIA (Religião - Islamismo)

3º ARÁBIA SAUDITA (Religião - Islamismo)

2º IRÃO (Religião -Islamismo)

1º COREIA DO NORTE (religião - Kimilsonguismo)

A perseguição religiosa aumentou no mundo


Segundo o relatório de "Ajuda à Igreja que Sofre" (AIS), aumentou a perseguição religiosa no mundo. A luta contra a perseguição religiosa no mundo é o tema prioritário dos esforços de "Ajuda à Igreja que Sofre", como ilustra seu novo presidente internacional, o sacerdote chileno Joaquín Alliende.

Este relatório é muito importante para nos darmos conta de que o homem é um ser espiritual, portanto, a liberdade religiosa é uma das liberdades fundamentais.

É importante que todo o mundo possa conhecer a situação de alguns países no que diz respeito à liberdade religiosa, a fim de que a Igreja, que é perita em humanidade, possa dar também sua opinião.

A liberdade religiosa é um dos direitos fundamentais humanos, talvez o primeiro direito porque se relaciona diretamente com a liberdade de actuar, de pensar, de eleger e esta não pode ignorada.

Esta associação está em 17 países onde angariamos cada ano 100 milhões de dólares que repartimos pelas Igrejas que tem mais necessidade. Assistimos, sem ajuda estatal, nem sequer dos organismos da Igreja Católica, 600 mil pessoas. A partir desta experiência, já que actuamos em 140 países com nossa ajuda de 600 doadores, vemos o tema da perseguição como um central".

sábado, dezembro 25, 2010

Sonae admite deduzir donativos nas campanhas Popota e Leopoldina

A Popota e a Leopoldina, que já angariaram mais de cinco milhões de euros, são acusadas de fazer solidariedade com o dinheiro dos outros e a Sonae admite deduzir donativos das campanhas respeitando a Lei do Mecenato.

Uma denúncia a circular na Internet acusa a Sonae de «fazer caridade com o dinheiro dos outros», referindo que os donativos das campanhas de solidariedade da Modelo (Popota), do Continente (Leopoldina) e da Worten (Arredonda) são deduzidos em impostos pela empresa, que admite fazê-lo nos casos em que há desenvolvimento de produto.

Contactada pela Lusa, a Sonae esclareceu que «o tratamento fiscal das campanhas desenvolvidas pela Sonae é exatamente o que consta na lei, variando consoante a iniciativa», sendo que «quando uma empresa é um mero intermediário no apoio os montantes doados não são deduzidos em sede de imposto».

Nas campanhas em que, acrescenta, «o papel da empresa não se resume à colecção de apoios e donativos por conta de outrem, existindo todo um trabalho de desenvolvimento de um produto e estruturação de apoios, nomeadamente com concursos para organizações a apoiar com valores monetários e equipamentos, a lei prevê a dedução dos respectivos montantes ao abrigo da Lei do Mecenato».

A empresa liderada por Paulo Azevedo não especifica em que modelo se enquadra cada uma das campanhas, mas afirma que implicam «todo um trabalho de criação do projecto: desenvolvimento do produto, vendido a um preço simbólico (exemplo da CD da Leopoldina com bandas famosas por três euros), da campanha de comunicação para mobilização dos clientes, afectação de espaço nas lojas para venda do produto e de tempo dos recursos operacionais da Sonae para a venda».

De acordo com o Ministério das Finanças, que tutela a Direcção-geral dos Impostos, «caso uma empresa se disponibilize para angariar donativos, junto dos respectivos clientes, nomeadamente através de arredondamentos para cima nas vendas que efectue, para os canalizar para alguma das entidades abrangidas pelo regime do mecenato, ela intervém como simples intermediária entre o doador e o beneficiário do donativo».

Por consequência, acrescenta, «não pode usufruir, na sua esfera, de qualquer benefício ao abrigo do regime fiscal do mecenato», afirma fonte do ministério, realçando que «só podem qualificar como donativos para efeitos de usufruição de benefícios ao abrigo do regime fiscal do mecenato, contribuições, a título gratuito, que constituam um encargo efectivo do doador».

Segundo dados fornecidos pela Sonae, a iniciativa Popota distribuiu mais de um milhão de euros desde 2007, os quais foram entregues a mais de 70 delegações da Cruz Vermelha Portuguesa, e a Leopoldina mais de quatro milhões de euros desde 2003, tendo distribuído 1.500 equipamentos a 31 hospitais.

A iniciativa Arredonda permitiu angariar 335.650 mil euros de 17 de Novembro até 14 de Dezembro.

Diário Digital / Lusa

quinta-feira, dezembro 23, 2010

Qual é a resposta à crise e ao medo?

Todos os nossos medos e desorientações vêm da perda de algo que os nossos antepassados, em tempos muito mais duros e limitados que o nosso, não tinham perdido de vista. Não tinham tecnologia e progresso, mas tinham contacto diário com o Senhor do universo.

O problema central do nosso tempo é só um: «A questão de Deus é a questão fundamental, que nos leva à encruzilhada da natureza humana» Bento XVI

Os cinco medos do presente

E o resultado essencial da atitude cultural da nossa geração pode ser reduzido numa única palavra: medo. O ser humano hoje tem medo. Muito medo. De que é que temos medo? É possível identificar cinco grandes medos.
  1. O mais antigo é o medo da bomba atómica, das armas de destruição maciça, o vírus global que destrói a net, o cataclismo mundial. Desde 1945 que vivemos à sombra da destruição violenta da humanidade
  2. O mais avassalador é o medo do aquecimento global e do desastre ecológico planetário. As considerações ambientais suscitam um profundo pavor em que a cultura actual mergulhou.
  3. Depois vem o medo da China e do desequilíbrio do poder geo-estratégico. Para lá da guerra, é o medo do domínio dos recém-chegados ao progresso que, graças à abertura da globalização, se aproximam dos nossos níveis.
  4. Em seguida aparece o medo do terrorismo. O terrorismo que pode ser nazi, maoista, islâmico, judeu, ou qualquer outro. Os inimigos são à escolha e muitas vezes opostos uns aos outros, mas trata-se da vingança ideológica que tanto nos assusta.
  5. O mais recente é um que julgávamos enterrado há muito. Trata-se do medo da crise financeira global, que faça desabar toda a economia e sociedade numa nova grande depressão.

Õ mais interessante é notar como estes cinco medos estão ligados às grandes conquistas da humanidade.

  1. A bomba e as armas perigosas vêm directamente da ciência, que foi e é o grande ídolo das gerações contemporâneas. O fascínio do poder que a técnica nos traz vem ultimamente ligado a muito medo.
  2. Pelo seu lado o segundo medo, o aquecimento global, vem do progresso sócio-económico, grande ideal do nosso tempo.
  3. O medo da China surge da abertura e liberdade de comércio, grande motor da prosperidade.
  4. O confronto com as culturas, em particular com o Islão, nasce da tolerância, grande valor da cultura ocidental, que está na base de toda a nossa atitude civilizacional.
  5. Finalmente a crise bancária nasce do desenvolvimento financeiro, grande descoberta que permitiu em grande medida os avanços dos últimos séculos.

Construímos muita coisa com base nesses instrumentos, mas agora eles ameaçam tudo. Não os querermos perder e, ao mesmo tempo não conseguimos tolerar algumas das suas consequências.

A ecologia humana e a ecologia da natureza

Enquanto na ecologia se defende a natureza e se pretende limitar a acção humana para proteger as coisas como estão, nos costumes diz-se que a liberdade humana é absoluta, que não existem regras naturais e se deve aceitar tudo, mesmo o mais aberrante.

Existe aqui uma contradição evidente. O ser humano, que quer ser muito natural na defesa do ambiente, é totalmente artificial quando se trata de si próprio. As mulheres e os homens contemporâneos, que se afirmam como obedecendo aos valores naturais e respeitando as outras espécies, exigem liberdade absoluta nos seus costumes pessoais sem respeitar qualquer norma.

Quem melhor identificou e lidou com esta contradição foi o Papa João Paulo II, ao criar em 1991 o conceito de «ecologia humana». Foi na encíclica Centesimus Annus, que, pela primeira vez este conceito tomou forma. O Papa pretendia dizer que a lógica dos movimentos de defesa do ambiente devia ser estendida da natureza física às outras dimensões da vida humana. Em particular a defesa da família deveria ser deduzida directamente da atitude ecológica.

O Papa Bento XVI tem regressado várias vezes a este conceito. Na sua última encíclica, Caritas in Veritate, o Pontífice volta a referir o tema, mostrando a íntima relação causal que se verifica entre os dois problemas centrais da era do Génesis.

A Igreja sente o seu peso de responsabilidade pela criação e deve fazer valer esta responsabilidade também em público. Ao fazê-lo, não tem apenas de defender a terra, a água e o ar como dons da criação que pertencem a todos, mas deve sobretudo proteger o homem da destruição de si mesmo. Requer-se uma espécie de ecologia do homem, entendida no justo sentido. De facto, a degradação da natureza está estreitamente ligada à cultura que molda a convivência humana: quando a «ecologia humana» é respeitada dentro da sociedade, beneficia também a ecologia ambiental. Tal como as virtudes humanas são intercomunicantes, de modo que o enfraquecimento de uma põe em risco também as outras, assim também o sistema ecológico se rege sobre o respeito de um projecto que se refere tanto à sã convivência em sociedade como ao bom relacionamento com a natureza. CiV 51

O poder do mais forte

Hoje o mais forte não é quem tem o exército, mas quem tem a televisão e a sedução.
Por isso depois vê-se que neste mundo tão tolerante e livre, toda a gente pensa igual. Vêem os mesmos noticiários, têm as mesmas opiniões, indignações e aplausos, riem-se das mesmas piadas que a televisão lhes fornece. É tudo igual.

Então nos jovens isto chega ao limite.
Hoje os jovens são muito rebeldes, mas segundo a rebeldia que o mercado lhes vende em doze suaves prestações mensais. Todos rebeldes da mesma maneira. É espantoso como os jovens hoje julgam-se rebeldes seguindo cegamente a ditadura de umas empresas que querem encher os bolsos à sua custa. Todos têm de ter os chapéus, calças, filmes, sites, blogs, séries, músicas, etc. Se não tiverem sentem-se mal e os que têm atacam os que não têm. Isto é sinal de uma escravidão face a empresas que querem encher os bolsos.


Descrito desta maneira percebe-se claramente a vergonha do que está a acontecer. Mas como todos estamos debaixo deste encantamento, ficamos antes preocupados com os complexos do jovem que não tem o chapéu, em vez de o ensinar a libertar-se e a afirmar sua personalidade deixando de comprar e usar o que todos usam.

Os debates hoje: «tu ficas na tua, eu fico na minha».

Em geral todas essas conversas têm três características fundamentais:
  • Primeiro, todos na discussão se pretendem racionais e impessoais. Vivemos num tempo científico em que cada um procura ter opiniões fundamentadas. O pior que se pode dizer de alguém é «tu estás envolvido», «tu tens preconceitos ou interesses na questão». Toda gente quer ser neutra e impessoal nos seus juízos.
  • O segundo elemento é que rapidamente se constata que à volta daquela mesa existe um vasto leque de atitudes ideológicas. Vivemos num tempo livre e plural, onde todas as posições estão presentes. Além disso, essas várias posições são incomensuráveis entre si. Não se pode dizer se um comunista vale dois cristãos ou um liberal cinco muçulmanos. Desde que cada um deduza, das suas premissas de origem, de forma lógica e coerente as suas conclusões, todas elas têm de ser aceites e toleradas.
  • Finalmente, o terceiro ponto é a conclusão. Em geral os nossos debates acabam da mesma forma, dizendo «tu ficas na tua, eu fico na minha». Debatendo desta forma não há maneira de conseguir chegar a uma conclusão.

O fim do optimismo progessista

O postulado sofista de que «o homem é a medida de todas as coisas» é uma velha atitude que vem repetindo ao longo da história. Na revolta do humanismo renascentista contra o medievalismo aparece de novo uma clara afirmação deste optimismo, ingenuamente arrogante.
M. S. Lourenço (1936-2009) no seu ensaio de 1998 "A Decadência do Ocidente em Wittgenstein e Spengler" identifica um fenómeno a que chama optimismo progressista. O autor relaciona-o com homens como Kant, mas também Fontenelle (1657-1757) nas Digression sur les anciens et les modernes (1688) e Condorcet (1743-1794), Esquisse d'un tableau historique des progrès de l'esprit humain (1795), bem como Comte, Taine, Renan e Herbert Spencer .

O Iluminismo está ligado a um optimismo, onde a bondade intrínseca do progresso é uma das consequências desta atitude de fundo: «Se, pois, se fizer a pergunta - Vivemos nós agora numa época esclarecida? - a resposta é: não. Mas vivemos numa época do Iluminismo. Falta ainda muito para que os homens tomados em conjunto, da maneira como as coisas agora estão, se encontrem já numa situação ou nela se possam apenas vir a pôr de, em matéria de religião, se servirem bem e com segurança do seu próprio entendimento, sem a orientação de outrem. Temos apenas claros indícios de que se lhes abre agora o campo em que podem actuar livremente, e diminuem pouco a pouco os obstáculos à ilustração geral, ou à saída dos homens da menoridade de que são culpados. Assim considerada, esta época é a época do Iluminismo, ou o século de Frederico.» Kant (1784)

Este é um texto sempre incensado e adorado, um texto que ninguém se atreveria a criticar. Mas temos de notar como essa crítica à condição anterior da humanidade sofre de uma espantosa arrogância implícita. O homem vivia em menoridade auto-imposta até ao Iluminismo e agora finalmente pode-se libertar. Como é possível passar um tal atestado de menoridade às ilustres épocas anteriores?

É uma arrogância algo ingénua, positiva e optimista, mas arrogante, sem dúvida. É difícil hoje não sorrir perante a arrogância ingénua deste optimismo. Mas além de sorrir, também estremecer quando se vêem as consequências que este optimismo trouxe à humanidade nas horríveis revoluções, guerras e cataclismos culturais posteriores a 1784. Obviamente que esses choques posteriores foram de encontro à ingenuidade humanista e modernista de confiança no poder humano.

Hoje vivemos em pleno a crítica dessa ingenuidade. Esta crítica não é propriamente uma novidade, nem nasceu com esta crise. Lourenço liga a recusa desse optimismo já a Nietzsche e Spengler mas, sobretudo depois da I Guerra Mundial, a Wittgenstein. Também o movimento post-modenista manifesta essa desilusão com o simplismo e a arrogância ingénua da Idade Moderna, sobretudo após o magno falhanço das duas guerras mundiais.

Na filosofia cristã, Romano Guardini (1885-1968) expressa ideias semelhantes no opúsculo «O Fim da Idade Moderna» de 1949: «O homem da Idade Moderna é de opinião que todo o desenvolvimento do poder é em si um "progresso"» Guardini (1949) 69. «a fé supersticiosa da burguesia na fiabilidade interna do progresso está muito abalada» Guardini (1949) p. 72.

Vivemos hoje na comodidade dos escombros desse optimismo progressista. Comodidade porque o progresso nos forneceu muitos benefícios, que hoje são considerados direitos inalienáveis. Mas, apesar disso, escombros, porque hoje não é possível mais ser optimista. Daqui vem o medo.

domingo, dezembro 19, 2010

Reino Unido: Aposta na variedade das escolas e na liberdade de escolha das famílias

O Governo britânico anunciou há dias uma ambiciosa reforma na educação. Não falo do aumento das propinas, na origem dos tumultos nas ruas de Londres, mas da publicação do livro branco “The importance of teaching”, que pretende abrir o debate sobre o ensino pré-universitário.

O livro que avança com duas ideias chave: apostar na formação dos professores e aumentar a autonomia/responsabilidade das escolas. Esta opção política é abundantemente fundamentada ao longo do texto, em especial nos resultados (OCDE/PISA) dos países que fizeram essa aposta, desde o Oriente à Escandinávia. No prólogo, assinado pela nova dupla Cameron-Clegg, reafirma-se a aposta na variedade das escolas e na liberdade de escolha das famílias.
Não deixa de ser curioso (ou trágico?) que entre nós se caminhe no sentido oposto. Para além de desmotivar os professores, ao longo dos últimos anos, o Governo pretende agora alterar o regime dos contratos celebrados com as escolas não estatais. Convém dizer que existem em Portugal, há mais de trinta anos, vários mecanismos de apoio às escolas privadas, de origem religiosa ou laica, direccionados para as famílias com baixos rendimentos.
As escolas particulares com contrato de associação estão abertas ao público em condições idênticas às de qualquer outra escola. Sujeitam-se às regras contratualizadas com o Estado, não podendo por exemplo seleccionar os seus alunos. Por isso, apesar de não serem detidas pelo Estado, estas escolas prestam um serviço público. Existem 93 escolas, por esse país fora, com um "contrato de associação" com o Estado, onde estudam cerca de 53 mil alunos. Estão geralmente localizadas em zonas onde a oferta pública é insuficiente.
A experiência tem mostrado que estas escolas saem mais baratas ao Estado e alcançam melhores resultados do que as escolas do Ministério da Educação. Basta analisar os ‘rankings' e os resultados dos exames nacionais, como fez há dias José Manuel Fernandes, para perceber isso mesmo.
Estes dois factos deveriam levar o Governo, se estivesse realmente preocupado com a qualidade educativa, em acarinhar quem presta um bom serviço social. Em vez disso, José Sócrates e a sua sempre sorridente ministra da educação querem controlar tudo. Com a desculpa da crise, aprovam um decreto que torna limitados e precários os contratos com as escolas não estaduais. Se o diploma não for vetado (como se espera do Presidente da República), o efeito prático é limitar a autonomia dessas escolas, tornando a liberdade de escolha um exclusivo dos mais ricos. Exactamente o contrário do se faz nos países com melhores resultados educativos.
Sócrates está usar a crise para impor a sua agenda ideológica. Ao invés de emagrecer o Estado estende a sua mão controladora. Em vez de garantir a qualidade e variedade do ensino, os burocratas do ministério querem educar directamente todas as criancinhas.
Eis o sonho do estado totalitário:
ser o grande educador do povo,
formatar as nossas cabeças e dos nossos filhos.
Se nós deixarmos.

Paulo Marcelo, Jurista

O ensino gratuito não existe.

O Estado português gasta em média cinco mil euros por ano com cada aluno no ensino público. Significativamente mais do que aquilo que paga por cada aluno nas escolas com contrato de associação. Porquê então acabar com estes contratos? Por razões ideológicas.
Aliás, em matéria de ensino, os governos portugueses optam quase invariavelmente pela ideologia, em detrimento da qualidade e da liberdade: para combater a Igreja Católica, a I República encerrou as melhores escolas de Portugal e prendeu e exilou os mais reputados professores da época, os jesuítas. O Estado Novo desconfiava politicamente das escolas privadas e não apenas das estrangeiras, como o Liceu Francês - basta pensar que só no fim dos anos 60 foi autorizada a criação da Universidade Católica em Portugal -, e menos ainda acreditava na qualidade do seu trabalho. De 1974 até agora o investimento no ensino tem sido sinónimo de investimento na rede pública. Não porque esta apresente melhores resultados ou saia mais barata, mas simplesmente porque os governos não abdicam das vantagens políticas do controlo sobre a imensa máquina que se estende a partir da 5 de Outubro.

Claro que, em contrapartida, cada governo já sabe que terá pela frente as guerras dos sindicatos e as idiossincrasias dos professores, mas tudo isso será compensado pela certeza de que, em milhares de salas de aula, milhares de crianças terão como matéria lectiva a última moda ideológica governamental e que haverá sempre espaço para colocar boys nas direcções regionais. Igualmente assegurada está a plateia infanto-juvenil para que a ministra do momento, à semelhança do que tem feito Isabel Alçada, use as visitas as escolas para fazer prelecções sobre as maldades da oposição.

Para aniquilar o ensino privado procura agora reduzir-se o número de pessoas que a ele recorrem, obrigando as famílias que fazem essa opção a pagar duas vezes: uma através dos impostos que mantêm de pé a rede pública onde alegadamente os seus filhos têm vaga e outra através das mensalidades no privado. Mas mesmo que todos os alunos que frequentam o privado tivessem vaga no ensino público, e não é verdade que tenham, o Estado não deve ter o direito de condicionar as famílias a optar pelo público ou pelo privado. Deve sim assegurar à escola escolhida pelas famílias a verba que disponibiliza em média por aluno. No fim ganharemos todos. No público e no privado, pois a qualidade é indissociável da liberdade de escolha. E como é óbvio em nenhum destes locais o ensino é gratuito. Antes pelo contrário em todos eles, públicos e privados, pagamo-lo e bem caro.
O que está em causa neste final de 2010, em que o Governo anuncia o fim dos contratos de associação com várias escolas privadas, é tão-só o seguinte: em Portugal existe escolaridade obrigatória ou obrigatoriedade de frequentar o ensino público? Para início de conversa tudo seria mais claro se as escolas públicas, tal como as privadas, entregassem a cada aluno um talão com o valor da respectiva mensalidade. É que a quimera do gratuito custa-nos muito dinheiro e gasta-nos a paciência.
Fonte: Helena Matos, Público 2010-12-09

quarta-feira, dezembro 15, 2010

Sudão. mulher muçulmana chicoteada por usar calças


Imagens impressionantes e chocantes no sec. XXI. Como é possível?...

terça-feira, dezembro 14, 2010

País ateu: 75% dos checos opõem-se à construção de mesquitas

75,2% dos checos concordam com o presidente Vaclav Klaus e opõem-se à construção de mesquitas na República Checa, de acordo com uma sondagem realizada pela agência de pesquisa SANEP. A pesquisa mostra que isso é devido principalmente às preocupações com o aumento da criminalidade e do terrorismo.

Os checos são os mais ateus na Europa, mas 76,2% acreditam que seu país deve ser baseado nos valores e cultura cristãos.

Fonte: ParlamentniListy (República Checa) via Islam in Europe e Mente Conservadora

segunda-feira, dezembro 13, 2010

O milagre de "Lerma"

Em Espanha, noticia o Diário de Burgos (ler também reportagem no Jornal "El País"), as Irmãs Clarissas do convento de Lerma, tiveram de se mudar para La Aguilera pois, dado o florescimento de vocações, eram já 134 e mais de 100 formandas e não cabiam no convento onde viviam até agora. A sua "fama" fez com que frei Raniero Cantalamessa (Capuchinho), pregador da Casa Pontifícia, as fosse visitar para o seu programa na televisão italiana.

Encontraram agora um novo espaço, no mosteiro de São Pedro Regalado, que está a ser restaurado, e onde já vivem mais de 100 irmãs, as mais jovens.

O que está a acontecer em Lerma é um verdadeiro "milagre". A maioria das jovens que ali vivem, agora em La Aguilera, acaba de terminar os seus estudos universitários, tem menos de 30 anos e procedem de diversos lugares de Espanha. A "fama" deste convento extendeu-se para fora de Espanha e, talvez por isso, frei Raniero Cantalamessa as foi visitar e entrevistar para o seu programa de televisão. Um resumo pode ser visto abaixo em língua italiana.

Respondendo a quantos consideram as religiosas de clausura como fora da realidade e da experiência do nosso tempo, o Papa Bento XVI, dirigindo-se às irmãs clarissas do Mosteiro de Albano Lacial, recebidas em audiência na residência de Castel Gandolfo, em 15.09.2007, citou Paulo VI para defender “o valor de um testemunho singular que toca intimamente a vida da Igreja”. E acrescentou: “nem sempre tem eco na opinião pública o empenho silencioso daqueles que, como vós, procuram pôr em prática com simplicidade e alegria o Evangelho sem acomodamentos, mas – tende disso a certeza – é verdadeiramente extraordinário o contributo que dais à obra apostólica e missionária da Igreja no mundo”. ~
“No silêncio da clausura e no dom total e exclusivo de vós mesmas a Cristo, segundo o carisma franciscano, vós prestais à Igreja um serviço precioso”.

Fonte: Capuchinos
Valia a pena a Igreja reflectir nesta experiência. A Igreja precisa de espalhar alegria... mas os liturgicistas continuam com a deles e não querem ver a realidade...

domingo, dezembro 12, 2010

Valia a pena pensar nisto

Como convencer as pessoas a terem mais crianças e como cuidar de uma camada idosa que está destinada a ter um peso cada vez maior na população portuguesa...

sábado, dezembro 11, 2010

Reformas na Suíça

Na Suiça, ao contrário de Portugal, não há reformas de luxo.
Para evitar a ruina da Segurança Social, o governo helvético fixou que o máximo que um suiço pode receber de reforma são 1000 euros. E assim, sobra dinheiro para distribuir pelas pensões mais baixas.

Fome em Portugal

"Nós temos de nos sentirmos envergonhados por estarmos no século XXI, Portugal ser uma democracia, ser um país que, apesar de tudo, está num desenvolvimento acima da média. No entanto, alguns de nós, alguns portugueses sofrem de carência alimentar".

Cavaco Silva

sexta-feira, dezembro 10, 2010

Movimento ANTI-POPOTA, LEOPOLDINA e arredondamentos!!!

É extraordinário como é fácil fazer caridade com o dinheiro dos outros!!!
Pedem-nos "apenas" dois euros e fazem-nos o favor de doar um para a caridade. Claro que quem aparece a doar no final de vários milhares são os donos dos grandes armazens... com o nosso dinheiro!!!
Reparem no que diz o site de um dos grandes supermercados: "nestes últimos três anos conseguimos angariar (...) um montante superior a um milhão de euros"... Extraordinário realmente, sobretudo se pensarmos que esse milhão de euros foi automaticamente DEDUZIDO dos impostos dessa empresa... como se fosse dinheiro DELES e não nosso!!!
Se querem dara para a caridade dêm directamente... ou então entreguem o seu donativo a instituições que estão no terreno, sem intermediários.
Então porque dão aos Modelos, Continentes e Wortens...?
Eles têm obrigação e responsabilidade social a cumprir então que cumpram pela parte deles?

quinta-feira, dezembro 09, 2010

O tema da nossa geração: sexo.

O Papa anda de novo nas notícias. Foi insultado em Barcelona e falou do preservativo num livro (Luz do Mundo, Lucerna 2010). Parece que a sociedade não entende mesmo a Igreja. Olha que novidade! Nunca entendeu. Podemos até caracterizar cada geração pelos motivos da sua crítica anticatólica.O tema hoje é... sexo. O que traz à discussão elementos curiosos e efeitos profundos. O debate do preservativo mostra-o bem.
Imagine um jornalista perguntar ao médico: "Devo fumar cigarros com filtro?" A resposta natural é que não deve fumar. Então o jornal publica a manchete: "Medicina é contra o filtro." O mal é o tabaco, mas os médicos também acham que uma vida saudável não precisa de filtros para respirar. Então um jornalista mais insistente consegue que o médico diga: "Se faz o erro enorme de fumar, então use filtro", e o jornal publica a novidade: "Medicina muda de posição sobre o filtro." Foi uma tolice deste calibre que se verificou agora.
O Papa não mudou de posição.
A Igreja é contra o adultério, prostituição, promiscuidade e fornicação. Ensina que o sexo, uma das coisas mais maravilhosas que Deus fez, só deve ser vivido numa relação estável e fecunda no seio do matrimónio, sem barreiras artificiais contraceptivas. "Usar deste dom divino, destruindo o seu significado e a sua finalidade, ainda que só parcialmente, é estar em contradição com a natureza do homem" (Encíclica Humanae Vitae, 1968, n.º 13).


Foi neste âmbito, dentro dos casais católicos, que a questão do preservativo foi controversa há anos, quando Paulo VI reafirmou a doutrina de sempre.É evidente que nos outros casos a questão fica radicalmente diferente. No pecado gravíssimo do sexo fora do matrimónio, o preservativo torna-se um detalhe. Quem despreza o sexto mandamento, cometendo adultério ou recorrendo à prostituição, não tem escrúpulo de violar essa outra regra menor. A Igreja opõe-se às campanhas de promoção do preservativo, não por repúdio fanático do instrumento, mas porque esse meio, pretendendo proteger a saúde, promove a promiscuidade e aumenta o risco de sida. A sociedade hoje anda viciada em libido, como de tabaco há anos. Castidade, pureza, fidelidade são incompreensíveis. Isso passa e voltaremos ao normal. Sabemos bem como delírios colectivos, a que assistimos tantas vezes e parecem imparáveis, se esfumam depois. O problema destas fúrias culturais está nos estragos que deixam.


A França de setecentos e a Rússia de novecentos quase se destruíram na embriaguez da revolução. Agora a cultura preservativa ameaça as sociedades que inquinou. Queda drástica de fertilidade e casamento, envelhecimento da população, degradação da família estiolam o crescimento, dinamismo social, vitalidade cultural. Pior que os tumultos antigos, o vício hedonista deteriora o tecido humano por definhamento. Entretanto o vício ataca a Igreja com disparates daquele calibre por ignorar o sentido da doutrina.Os papas são incompreendidos e insultados há dois mil anos. Nos primeiros séculos todos morreram mártires. Depois houve papas raptados, enxovalhados, presos, assassinados. Há cem anos era normal a maçonaria gritar e atirar projécteis às janelas do palácio pontifício. O antecessor do actual bispo de Roma foi alvejado com quatro balas.


Sempre se atacou a Igreja. Os motivos é que variaram. Os antigos romanos perseguiam por razões religiosas, como depois os protestantes. Os bárbaros pretendiam credibilidade política, como Napoleão ao prender Pio VII. Os iluministas e maçons tinham um modelo social, como os soviéticos e maoistas. Criticou-se o Papado por defender os indígenas, condenar o absolutismo, ter riquezas, ser pobre, criticar as Cruzadas, promover as Cruzadas, controlar a Inquisição, instituir a Inquisição, etc. Tudo serviu para insultar papas.
Nesta vastíssima variedade de dois milénios, o nosso tempo conseguiu a proeza de ainda ser original. A razão dos insultos de Barcelona, como de Londres, foi homossexualidade e preservativo. Esse é o tema que na História marcará a nossa geração.

Fonte: DN2010-12-06 JOÃO CÉSAR DAS NEVES




quarta-feira, dezembro 08, 2010

quinta-feira, dezembro 02, 2010

Quem irá ocupar o lugar do cristianismo na sociedade?

A crise da Igreja e a crise da sociedade. Estas crises não estão desligadas. Acusaram-se os cristãos de que a sua religião é um mundo ficticio. Mas não reconhecemos hoje outros muitos diferentes e autênticos mundos ficticios:
  • os mundos ficticios dos mercados financeiros, dos meios de comunicação social, do luxo e das modas?
  • não temos que contemplar dolorosamente como o mundo moderno que perde os parametros dos seus valores corre o perigo de afundar-se no abismo?

Vemos um sistema financeiro que aniquila enormes patrimónios do povo! Vemos a vida da alta sociedade que literalmente nos faz adoecer. Vemos o universo da Internet, para o qual ainda hoje não temos respostas. Para onde caminhamos na realidade? É permitido fazer tudo o que podemos fazer?

E se olhamos para o futuro: como irá superar a próxima geração os problemas que lhe deixamos como herança? Prepará-mo-la e treiná-mo-la suficientemente? Possui um fundamento que lhe dá segurança e força para resistir também a tempos tormentosos?

A pergunta é esta: SE O CRISTIANISMO PERDE A SUA FORÇA TRANSFORMADORA NA SOCIEDADE OCIDENTAL, QUEM E O QUE PASSARÁ A OCUPAR O SEU LUGAR? Uma «sociedade civil» areligiosa, que não tolera mais uma relação com Deus na sua estrutura? Um ateismo radical que combata com violência os valores da cultura judaico-cristã?

Em cada época sempre existiu o afã de declarar a Deus morto, de orientar-se pelo supostamente tangível, ainda que fossem bezerros de ouro. A Bíblia está cheia de tais histórias. Esta tem menos que ver com uma falata de atractivo da fé do que com as forças da tentação. Mas para onde caminha uma sociedade afastada de Deus, sem Deus? Não acabou de fazer já essa experiência no sec. XX no Oriente e Ocidente, com as suas tremendas nos povos arrasados, pelas chaminés dos campos de concentração e dos Gulag assassinos?

Peter Seewald

Diocese do Porto: ofereceu 250 euros a bebés de famílias desfavorecidas

A Cáritas Diocesana do Porto entregou a 215 famílias um voucher de produtos e bens para o bebé, no valor de 250 euros.

O gesto decorreu na manhã do dia 1 de Dezembro, na Casa Diocesana de Vilar, durante a iniciativa “Bebés na Missão”.

As famílias são provenientes de toda a Diocese do Porto e as inscrições para este dia foram efectuadas através das respectivas paróquias ou IPSS.

À margem da entrega, o bispo do Porto afirmou que nos últimos tempos se tem assistido a um “sobressalto solidário” na sociedade portuguesa e que a crise é uma oportunidade de crescimento “rumo a uma sociedade mais próxima”.

Em declarações aos jornalistas, D. Manuel Clemente disse que “a sociedade portuguesa revela um grande sobressalto solidário”, realçando que se “têm sucedido nos últimos tempos iniciativas que mostram um crescendo de solidariedade “.

O bispo do Porto considerou a campanha “Bebés em Missão”, que ontem se assinalou com a distribuição destes cheques, “um sinal do que tem de acontecer constantemente”. “É muito importante ajudar as famílias sempre e nesta altura de uma maneira particular, dando sinais de que estamos presentes junto daqueles que mais precisam da nossa vizinhança activa e da nossa solidariedade concreta”, realçou.

O presidente da Cáritas Diocesana do Porto, Barros Marques, defendeu por seu turno que “os portugueses são sempre solidários”, ainda que “levados por estações sazonais”.

“Há períodos da vida em que estão mais propensos para questões de solidariedade”, mas em geral, acrescentou, “os portugueses estão atentos, o que é um ponto de esperança em relação ao futuro”.

Barros Marques acrescentou ainda “hoje é um dia feliz” porque “é aliciante ver estes 215 bebés que nasceram ou vão nascer este ano” com a perspectiva de um nascimento melhor.
Fonte: Ecclesia
OUTRAS CAMPANHAS: